quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mariana Ximenes mostra amor pelo Fla


Uma novela da vida real com direito a tragédia e euforia começou no dia 19 de julho de 1992. Era dia de decisão de Campeonato Brasileiro com Maracanã lotado. Antes do clássico Flamengo x Botafogo começar, uma parte do alambrado da arquibancada do lado rubro-negro despencou com muitos torcedores. Pânico total. Informações desencontradas falavam em vários mortos - na verdade, houve três. Em casa, no bairro de Ramos, subúrbio carioca, uma família assistia, aflita, a tudo aquilo. O menino Cacá estava no estádio. A prima paulista Mariana, de passagem no Rio, tinha olhar fixo na televisão. Parecia procurar o garoto.

O lugar acabou isolado, e a partida começou. Aos 41 minutos do primeiro tempo, Junior bateu uma falta no ângulo. Gol. Ao mesmo tempo que o velho Maestro corria e saltava feito criança na comemoração, começava grande flerte da garota com nova paixão. O jogo terminou empatado por 2 a 2. O Fla, que vencera a primeira partida por 3 a 0, sagrou-se pentacampeão. O espetáculo contagiou e impressionou a menina de 11 anos. Cacá chegou em casa são e salvo. Todos pularam e se abraçaram juntos. Foi uma dupla euforia.



Os anos se passaram. A são-paulina Mariana Ximenes, mesmo de longe, passou a se interessar pelo Flamengo. Seguiu carreira de atriz e mudou-se para o Rio de Janeiro em 2000. Não demorou muito para o coração ser assumidamente vermelho e preto. As partidas no Maracanã, principalmente aos domingos, já faziam parte de seu programa. Uma merece capítulo especial. Em novo confronto contra o Botafogo, na decisão do Carioca de 2008, os olhos ora verdes, ora azuis que tanto hipnotizam hoje o personagem "Totó" - e os milhões de brasileiros que acompanham diante da TV a vilã Clara na novela "Passione" - estavam "enfeitiçados" pela festa rubro-negra, na vitória por 3 a 1. Ali, os heróis da história foram Obina e Diego Tardelli, autores dos gols.

- Ir ao Maracanã ver jogo do Flamengo é um espetáculo ritualístico que me enfeitiça. Quando chego ao estádio, é impactante a cena da entrada em campo. Aquela massa gritando, com as bandeiras, as músicas... E a garra do time, uma marca. O que mais me fascina é o conjunto de tudo isso. Fora aquela coisa de combinar com os amigos, o cachorro quente no estádio. É clássico ir pro bar também depois do jogo. Nessa final de 2008, foi tudo muito divertido. Um jogão, com gols de Obina e tudo. Adoro futebol, esporte. o Flamengo é uma paixão. E ainda nasci no ano em que o clube foi campeão do mundo, em 1981 - afirmou, toda prosa, com o sorriso de "Chiara" que arranca suspiros de todo o Brasil.

Nesse dia, Mariana começou cedo o ritual para ver o Flamengo jogar. A trupe tinha uns 15 amigos. Bem antes do jogo, partiu uma "minicarreata".

- Fizemos aquele "esquenta" antes de irmos para o Maracanã na casa de uma amiga. Procuramos chegar cedo para pegar um bom lugar. Ficamos na cadeira especial, mas dividimos os grupos. Quando saía gol do Flamengo, mandávamos torpedo e tudo, era aquela gozação com os nossos amigos botafoguenses. Quando feita assim, de forma saudável, é indispensável, não pode faltar, faz parte da diversão - disse, às risadas, em entrevista no Projac após mais um dia de gravações da novela.



Diversão e catarse

Quem já foi ao estádio, olhou para o lado e a flagrou por acaso cantando uns "palavrõezinhos" - como ela mesma diz -, pode ter achado tudo um efeito da cerveja. Errou. Era mesmo Mariana Ximenes. A atriz por vezes se misturou na arquibancada para cantar todas as músicas possíveis e xingar o juiz, quando necessário. Futebol funciona para ela como a maior diversão e uma catarse. Na maior paz. Mas súbitas reações não tiram a atenção do espetáculo. Os belos olhos estão ali fixos em tudo o que está à sua volta. Da reação do jogador ao perder o gol feito à reclamação do treinador ou da torcida.

- Tudo bem que tem umas câmeras incríveis, que captam tudo, mas nada se compara a um jogo ao vivo no Maracanã. É diferente. Uma coisa mágica. A energia da arquibancada é sensacional.

Na final do Carioca de 2008 (veja os melhores momentos no vídeo ao lado), no dia 4 de maio de 2008, o enredo era animador. O Flamengo, treinado por Joel Santana, vivia euforia após bater o América do México por 4 a 2, fora de casa, pela Libertadores. Na primeira partida contra os alvinegros, o Rubro-Negro vencera por 1 a 0, gol de Obina. A vantagem não evitou que o Botafogo começasse melhor e abrisse o placar com Lucio Flavio, de falta, numa falha do goleiro Bruno. Veio o segundo tempo, e Joel pôs Obina e Diego Tardelli. Os dois decidiram. Obina empatou de cabeça logo aos 4. Aos 37, Tardelli virou a partida. E aos 47, Obina sacramentou a festa. Mariana foi para um bar.

- Comemoração de título é sempre especial. Mas gosto de grandes jogos, ver grandes jogadores. Adoro a Seleção Brasileira. Na Copa de 2006, na Alemanha, estava na Tribuna de Honra perto do Jacques Chirac (então presidente da França) quando perdemos para eles por 1 a 0. O Zidane acabou com aquela partida. Fiquei muito irritada. Em Copa do Mundo, a mobilização pela Seleção é incrível. Em 2002, organizava café da manhã antes dos jogos, que eram muito cedo. Gostaria de ter visto o Garrincha jogar. Uma vez, encontrei o Pelé numa ponte aérea. Foi incrível. Ele me disse que é fã de novela. Nem o Zico eu pude ver direito, era muito pequena. Só pelos vídeos.



Mariana não viu o Galinho de Quintino desfilar em campo seus gols e grandes jogadas. Mas recebeu de outro ídolo indiscutível, o Maestro Junior, o "empurrãozinho" para o flerte com o Flamengo naquela final do Brasileiro de 1992. A forma como o veterano conduziu o Flamengo ao penta brasileiro mexeu com a então torcedora do São Paulo - na época por influência do padrinho. O pai, o advogado e professor de direito José Nuzzi Neto, é palmeirense. A mãe, a fonoaudióloga cearense Fátima Ximenes, torce para o Fluminense. O irmão, Rafael, é tricolor paulista.

- Meu padrinho me levava para ver os jogos do São Paulo no Morumbi e no Pacaembu. Quando eu vinha ao Rio, ficava com os meus primos, que são Flamengo. Já via alguns jogos, prestava atenção... Aí, naquele dia, teve aquela história toda, o acidente na arquibancada, a preocupação com meu primo. Não tinha essa coisa de celular, como hoje. Foi horrível. Logo depois, o time reagiu em campo daquela forma... O gol do Junior, a comemoração, a festa nas arquibancadas e nas ruas, tudo foi marcante. Fiquei fascinada. Aí, vim morar no Rio anos depois e virei Flamengo mesmo. Mas tenho carinho imenso pelo São Paulo até hoje - afirmou Mariana, que recebeu do GLOBOESPORTE.COM uma camisa autografada pelo Maestro, hoje comentarista da TV Globo.



Mariana Ximenes, que esbanja simpatia, além da beleza para lá de conhecida, ficou tão surpresa e feliz com o presente de Junior que nem quis vestir a camisa. Vai virar troféu. Posou para as fotos com um modelo retrô, comprado em São Paulo, que usa para ir aos jogos. Sem saber da homenagem gravada em vídeo deixada pelo ídolo rubro-negro (assista no vídeo abaixo), mandou seu recado.


- Adorei, Junior. Vou guardar esta camisa com o maior carinho. Aquele seu gol e a sua alegria na final de 1992 contagiaram todos frente àquela desgraça que aconteceu. Sua postura foi sensacional - disse Mariana Ximenes, que naquele dia ainda viu Julio Cesar ampliar o placar para o Rubro-Negro no início do segundo tempo. Depois, Pichetti e Valdeir, de pênalti, empataram a partida para o Botafogo, mas a festa rubro-negra já rolava no Maracanã.

Este ano, por conta do forte ritmo de gravações de "Passione", a atriz nem pôde fazer um de seus programas favoritos, ainda que o time viva uma crise na temporada. Ex-armadora de basquete nos tempos de criança - é fã de Magic Paula e Hortência -, jogadora de capoeira, frequentadora de academia, amante dos esportes, sempre que pode, dá uma espiadinha na TV ou pergunta, no Projac mesmo, pelo resultado do jogo do Flamengo. Após a vibração com o hexa, confessa saudade do Império do Amor.

- O Adriano, Imperador, faz muita falta. E o Vagner Love é muito divertido.

Fonte: Globo Esporte

Um comentário:

Mariana Ximenes disse...

eca eca eca!

Deixar bem claro que quem postou essa matéria não fui eu! rs

*Tati