quinta-feira, 21 de abril de 2011

Marcelo Adnet e Mariana Ximenes chegam aos 30 anos e falam sobre a televisão que é feita hoje


RIO — Mariana Ximenes já tinha posado sozinha e ao lado de Marcelo Adnet por mais de uma hora, quando avistou um container pintado de vermelho no terraço da galeria Anita Schwartz, na Gávea. Enxergou ali um cenário perfeito e não pensou duas vezes. Pediu uma escada e convenceu o apresentador da MTV a subir com ela na estrutura de mais de dois metros de altura para uma nova rodada de fotos. Reunidos pela Revista da TV, os dois, representantes legítimos da televisão feita hoje, se conheceram naquele dia. Mas entraram em sintonia imediatamente. Durante o encontro, que evoluiu para uma conversa num restaurante da vizinhança, a atriz da TV Globo e o humorista descobriram afinidades além da que os unia inicialmente: eles completam 30 anos em 2011, assim como a Revista da TV.

— Por que não fotografar em cima do container? Estou nesta fase de chegar aos 30 e arriscar — justifica Mariana, depois de sugerir locações para as fotos e de também acompanhar Adnet em suas caretas. — Eu tinha a ilusão de ter uma vida resolvida, mas isso nunca chega. Claro que aos 30 a gente traça metas e ainda idealiza. Mas, na verdade, as coisas também vão te conduzindo e você precisa estar maleável — comenta a atriz, que entra para o time das balzaquianas no próximo dia 26.

Alguns meses mais novo, Adnet completa três décadas de vida em setembro. Casado com a companheira de MTV Dani Calabresa e com uma carreira ascendente — além da TV, fatura como garoto-propaganda, faz sucesso no teatro e está no elenco de dois longas inéditos —, o ator diz que a nova idade chegou... De repente!

— Com 21 eu dizia que aos 30 estaria acabado (risos)! Aos 27, parei de pensar nisso e só agora me dei conta de que está vindo... Esse número é emblemático e vem seguido de certa pressão. Os 18 significaram uma independência, mas é agora, aos 30, que de fato sou independente. Só que com responsabilidade e compromisso — pondera

Leitor da Revista da TV desde pequeno, Adnet viu sua relação com o suplemento mudar.

— A parte do jornal sobre televisão e entretenimento sempre me interessou. Mais tarde, passei a acompanhar a revista com olhar profissional, depois que começaram a publicar notas sobre minha peça (“Z.É, Zenas emprovisadas”). Com a MTV, ganhei mais espaço. Fui capa com o título “Adnet mania” (em 15 de junho de 2008) — lista.



Para Mariana, o suplemento dominical hoje é sinônimo de encontros. Ela estava no ar em “Passione”, quando estampou sua mais recente capa, em 5 de setembro de 2010, ao lado de Fernanda Montenegro, em reportagem sobre o ofício de atriz.

— Essa nossa conversa agora é mais do que uma entrevista. Também é um encontro — afirma.

De férias da TV depois de um de seus trabalhos mais impactantes (a vilã Clara, de “Passione”), Mariana é conhecida das novelas desde a adolescência — estreou aos 17 anos em “Fascinação”, do SBT, e ganhou destaque, um ano depois, em “Andando nas nuvens”, da Globo.

Ao contrário da atriz, o apresentador da MTV é uma figura mais nova no vídeo. Com oito anos de carreira e talento inegável para o improviso e as imitações de famosos, o titular do “Adnet ao vivo” e do “Comédia MTV” despontou em 2008 com o extinto “15 minutos”:

— Eu já havia aparecido em “A grande família”, que é maravilhoso. Mas ali não tinha a liberdade para fazer o que é o meu forte, o improviso. Agora uso muito as redes sociais e a internet no meu novo programa (“Adnet ao vivo”) e quero sobrepor plataformas diferentes. A web para mim é a nova TV, no sentido da referência. Hoje, você vê estrelas da internet aparecendo a toda hora.

Para Adnet, TV e internet se misturam.

— É uma nova ordem de comunicação e de mídia. Gosto desse clima de integração. Estar aqui com a Mariana é isso. Ela já fez trabalhos sensacionais e somos muito diferentes. Por isso mesmo é bacana esse encontro e o fato de podermos conversar sobre drama, comédia e nossa experiência em emissoras distintas — afirma.

Com 13 anos de televisão, Mariana testemunhou a evolução do veículo. Ela lembra que o site oficial de “Passione”, por exemplo, bateu recordes de acessos e que os atores da novela gravavam depoimentos, como se fossem seus personagens, especialmente para a internet.

— Eu ainda sou da geração que pesquisou na Barsa para os trabalhos do colégio. Hoje, você dá um Google e recebe todo tipo de informação — compara a atriz, dizendo que a força do folhetim permanece inabalável: — A dramaturgia mudou, mas os arquétipos são os mesmos de sempre e o alcance é enorme. Fui recentemente para a Costa Rica e todos comentavam as nossas novelas.

Adnet quer saber em quais línguas Mariana já se viu dublada e lembra ter se divertido ao assistir às cenas de “Caminho das Índias” em espanhol, durante uma viagem pela Flórida, nos Estados Unidos. O comediante, que não via uma trama inteira desde “Mulheres de areia” (1993), assistiu à “Viver a vida” (2009) pela internet para acompanhar o trabalho do amigo e ator Mateus Solano.

Não tem jeito: a força da web pauta a conversa naquela mesa do Baixo Gávea.

— Um programa da MTV, em geral, dá 0,7 ponto e se comunica com um determinado público. Ao mesmo tempo, “Gaiola das cabeçudas” (funk criado pela turma do “Comédia MTV” que citava vários pensadores e compositores da música clássica) teve um milhão de acessos na internet, número muito maior do que a audiência que a gente tem — diz Adnet.

E o futuro? O diálogo entre TV e internet seria a maneira de captar novamente a atenção de um público jovem que migrou para a web?

— Pode ser... A TV está se abrindo para a internet e ficando mais democrática. Hoje, qualquer garoto pode ligar a webcam e fazer um programa. O humor mudou. E você não precisa mais ser linda, dar para um diretor ou dar muita sorte para trabalhar na televisão — acredita o apresentador da MTV.

Fonte: EXTRA

Um comentário:

Evellyn Cosendey disse...

Te desejo um bom e ótimo aniversário que DEUS te de muitos anos te vida pela frente minha DIVA te amo mais do que nunca !!!